Espírito do tempo e forma como a sociedade compreende o mundo, em uma determinada época: definição de “Zeitgeist”. Este formidável termo da filosofia e hermenêutica alemã, uma vez misturado com “digital” e “colaboratividade”, serve bem de instrumento para entender melhor o que se passa na mente do homem hiperconectado de hoje.
O mundo mudou sim! Superados os saudosismos de épocas passadas e uma vez remixadas todas as culturas e visões de mundo anteriores, muito se fala na potencialização da cultura com o uso das chamadas máquinas digitais coletivas: cibercultura das inteligências pontencializadas pelas trocas em mídias sociais.
A famosa frase, “O Meio é a Mensagem” de McLuhan já foi extrapolada para “O meio-mensagem é a rede”! Estamos na era onde “personas digitais” e “máquinas sociais”, como Facebook, blogs e Twitter - que ampliam nossa capacidade de gerar informação e de estamos conectados a milhares de pessoas - nos permitem interagir com esse coletivo em tempo real. É tempo de ubiqüidade, de telepresença e, principalmente, de expansão de nossa inteligência e cognição de novos contextos.
A Cibercultura pressupõe um momento único na história da humanidade, que só é possível graças ao advento das chamadas mídias sociais. Cada pessoa e sociedade é também elemento de mídia e agora pauta ou replica os acontecimentos, fazendo do dia-a-dia das assessorias de imprensa um verdadeiro inferno.
Se no passado o homem meramente consumia, agora ele replica e versiona o que lê, vê e sente. Recria marcas, causas ou redefine figuras públicas. Não somos meramente “papa-notícias”, mas simplesmente analisamos e agregamos algo no que consumimos. Época de “Tropicália digital” e “autofagia coletiva” – somos uma Tribo de nômades e bits em busca de conteúdos inteligentes.
Pessoas como Luciano Huck, apresentador pop, quando usa seu Twitter e credibilidade para ajudar vítimas das enchentes no Rio, mobilizando pessoas em causas urgentes ou mesmo aquele tiozinho que compartilhou um video no YouTube, sobre uma marca de refrigerador que simplesmente “não-resolveu-o-problema-dele.com”, são agentes sencientes dessa mudança, ou seja, perceberam que são mídia, conscientizaram-se de seu poder de influenciar pessoas e o estão exercendo plenamente.
A capacidade de compartilhar e de se tornar um membro influenciador/líder de um grupo de pessoas se torna, cada vez mais, um objeto de desejo do "homem-mídia" – sim, influenciar algumas pessoas é poder. Reforçar causas de real valor ao liderar grandes grupos e com o uso de mídias sociais é poder, só que adicionado a nitroglicerina. Interagir trazendo conteúdo de relevância é formar credibilidade entre seu grupo de “amigos virtuais" , é formar reputação digital.
Conectados que estamos, vamos então compartilhar idéias e culturas, remixar informação e qualificar nossas fontes (feeds and friends) para ganhar tempo e efetividade. Que tal finalmente potencializar nosso entendimento do mundo e do que se passa de importante no planeta e não só na cidadezinha onde moramos. Ver o mundo como uma magnífica “cyber-aldeia”, onde o problema ou solução de uma sociedade impacta o resto do planeta como nunca antes impactou. É a era do “Homus Conectus” - aquele que influencia em rede de forma consciente e relevante, que usa e reprograma sua realidade, seu contexto, em benefício de si próprio e principalmente do coletivo.
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