sexta-feira, 19 de abril de 2013

Big Data: a próxima fronteira

Big Data: a próxima fronteira


 
Por Patricia Barcelos
Aos que trabalham no mercado digital há mais de uma década e tiveram a oportunidade de acompanhar o crescimento e a decadência de vários modelos de negócios tidos como definitivos – de vidas virtuais à compras coletivas – já não se impressionam mais com a sopa de letrinhas que tomou conta da internet comercial nos últimos anos. RTB, RTG, DSP, SSP, DCO são somente algumas das mais conhecidas. Mas uma delas em particular, merece uma atenção especial dos estrategistas de plantão.

Data Management Platform – ou DMP para os íntimos – surgiu a partir de necessidades de mercado: cada vez mais empresas e veículos agregam dados a partir de fontes diversas. Com o intuito de entender o valor (e a aplicação) real dessas informações, nasceu uma tecnologia orientada para coletar, integrar, gerenciar e aplicar grandes volumes de dados.

Atualmente, uma parte muito pequena desses dados conversam entre si, a maioria estão concentradas em silos diversos e não permitem uma visão holística da comunicação. Exemplo: não se sabe hoje se o usuário que foi impactado por um banner ou que visitou alguma das plataformas digitais da marca é o mesmo que clicou em um link patrocinado ou foi impactado por um social ad. Estamos impactando o mesmo usuário, com a mesma mensagem, milhares de vezes, sem controle algum de alcance e frequência, desperdiçando budget e consequentemente diminuindo o ROI das campanhas.

Outro ponto é que o conceito de propriedade de dados/cookies das marcas está se tornando cada vez mais importante no mundo da compra programática de audiência e plataformas de DMP surgem com a missão de fornecer um controle centralizado, proprietário e anônimo – um hub central – dessas informações, permitindo gerir, analisar e utilizar essa inteligência como fator-chave para validar estratégias e otimizar campanhas digitais.

Como o DMP faz isso? Agregando dados de audiência que permitem uma segmentação mais precisa, oferecendo novos tipos de análises (tais como multi-touch attribution), permitindo decisões mais inteligentes na otimização de estratégias digitais.

DMPs trabalham melhor associadas com DSPs, mas há diferenças vitais entre as tecnologias. Enquanto as DSPs fornecem uma solução de real time bidding, a DMP fornece inteligência através de todo o mix digital (display, vídeo, mobile, search, social…) permitindo análises de post buying amplas e consequentemente uma aplicação de conhecimento mais efetiva na estratégias digitais e de mídia.

Todos esses dados integrados constitui o que chamamos de BIG DATA. O entendimento e boa aplicação desses dados consolidados será um marco divisor no futuro da compra de mídia.

E como escolher um parceiro ideal para que eu comece agregar meus dados?

Antes de escolher o seu DMP, você precisa ter em mente quais as suas necessidades reais. Segundo Eugene Becker, Vice President de Analytics da Xaxis – empresa irmã do Media Innovation Group – o principal critério para a seleção do DMP é a universalidade e sugere três dicas que podem ajudar nessa escolha:

Primeira dica: O seu DMP precisa ter a capacidade de integrar todas as fontes de dados de audiência: quanto mais você sabe sobre o seu cliente, mais exata será a sua segmentação e maior o seu ROI. Então você deve mapear via DMP os dados de audiência de todas as fontes possíveis – analytics, social, display media, search, vídeo e por aí vai.

Os benefícios dessa abordagem integrada são evidentes no sucesso diário da campanha. Clientes que conseguem sucesso na trabalhosa e demorada integração de dados, no mínimo duplicam seus resultados.

Segunda dica: Uma vez que a marca possui o controle preciso dos seus dados, o próximo desafio é atingir esse público através de um universo cada vez maior de meios de comunicação. Por isso, o DMP deve ter a capacidade de atingir públicos de todas as fontes de mídia display e vídeo, incluindo inventário de exchanges, adnetworks e publishers em geral.

A justificativa para o alcance universal é simples – quanto mais mídia você é exposto, mais fácil de classificá-lo dentro de um determinado comportamento de navegação. Ou seja, quanto mais precisos forem os perfis de audiência construídos, maior a chance de você entregar sua impressão para um “cookie” que possui maior chance de conversão na sua campanha.

Terceira dica: Tendo o controle do processo de compra de mídia digital, é crucial que o seu DMP forneça insights a partir de todas as plataformas digitais. O DMP também precisa analisar as exposições entre a mídia e o site do cliente. O tagueamento via DMP deve acontecer em todos os pontos de contatos digitais da marca. Atribuição, frequência e sequências de criativos dependem disso.

O segredo aqui é captar o máximo de interações de marca, construir refinados perfis de audiência, ao mesmo tempo que mensura, analisa e otimiza todo o mix de mídia.

As marcas que souberem usar esses diferenciais à seu favor, certamente ganharão relevância no ecossistema digital. E sua marca, já está preparada?

Inter-Meios: setor cresce 5,98% em 2012



Inter-Meios: setor cresce 5,98% em 2012

Apesar da baixa econômica e do fraco crescimento em 2012, mercado publicitário chegou a R$ 44,85 bilhões, dos quais R$ 37,69 bilhões em investimento em mídia

Rodrigo Manzano| »
18 de Março de 2013 08:00 Última atualização: 18 de Março de 2013 12:50

Investimentos em mídia cresceram, apesar das dificuldades gerais
+ Investimentos em mídia cresceram, apesar das dificuldades gerais Crédito: Fotolia
Marcado pelo baixo crescimento econômico, crise financeira e mobilização para redução de juros e contenção da inflação, para o mercado publicitário o ano de 2012 foi de revisão dos cenários projetados ao longo dos últimos anos. O volume total de investimentos brutos publicitários em mídia chegou a estimados R$ 37,69 bilhões em 2012, valor 5,98% maior que a movimentação em veiculação publicitária em 2011. A partir deles, estima-se que o bolo publicitário total em 2012 tenha sido de R$ 44,85 bilhões, considerando-se que, no ano passado, o valor represente 80% do montante final das verbas investidas e agregado a um valor para a produção das peças veiculadas (calculado em 19%). Os dados são do Projeto Inter-Meios, coordenado por Meio & Mensagem e auditado pela PricewaterhouseCoopers. Em dólares, isso equivale a US$ 22,86 bilhões e coloca o Brasil entre os cinco maiores mercados mundiais, ao lado de Estados Unidos, Japão, China e Alemanha, acima do mercado britânico, em comparação com o ranking da ZentithOptimedia.
O  montante auditado pelo Projeto Inter-Meios chega a R$ 30,15 bilhões e os meios que registraram maior crescimento no ano foram cinema (22,34%), digital out of home (22,2%) e TV por assinatura (12,26%). Já os veículos com pior performance foram painel (-23,83%), guias e listas (-14,83%), mídia exterior móvel (-14,4%) e revistas (-5,43). Ao confrontar um crescimento médio de 5,98% com a inflação de 5,84% em 2012 (IPCA/IBGE), percebe-se que o mercado se manteve estável (veja dados abaixo).
Os meios que mais receberam verba publicitária foram TV aberta – que cresceu 8,33%, variação acima da média – e alcançou R$ 19,51 bilhões, o que equivale a 64,7%, valor histórico. Segundo análises correntes no mercado, em anos de incertezas econômicas, os meios mais consolidados tendem a se beneficiar da dúvida e acabam recebendo mais investimentos, como o caso da televisão.
Jornais ocupam o segundo lugar do ranking de investimentos, apesar do crescimento próximo a zero (0,67%) em relação ao ano anterior, acumulando R$ 3,38 bilhões. Em seguida vêm revistas – que apesar da retração continua no terceiro lugar –, com 4,36% de participação no bolo; internet (4,36%), TV por assinatura (4,44%); rádio (3,93%); mídia exterior (3,03%); guias e listas (0,9%) e cinema (0,35%).
Análise
Executivos ouvidos pelo Meio & Mensagem avaliam que o ano começou com boas expectativas, mas o segundo semestre fez o desempenho recuar, principalmente quando o mercado anunciante conteve os investimentos em comunicação em decorrência da crise europeia. Meios que têm mais vínculo comercial com o setor de bens de consumo foram beneficiados. Já meios que dependeram mais da verba de automotivos importados – como revistas, por exemplo – ou do segmento imobiliário – caso dos jornais – sentiram dificuldades. Para eles, o ano de 2012 serviu para que as metas fossem revistas e que o otimismo registrado na década fosse encarado com mais precaução. O ano foi o segundo pior dos últimos 10, acima apenas de 2009, imediatamente posterior à crise financeira norte-americana.
Investimento publicitário em mídia - 2012
+ Investimento publicitário em mídia - 2012 Crédito: Projeto Inter-Meios / Meio & Mensagem
 
Divisão do investimento em Mídia Exterior
+ Divisão do investimento em Mídia Exterior Crédito: Projeto Inter-Meios / Meio & Mensagem
 
Metodologia

O Projeto Inter-Meios é um relatório de investimento em mídia no País tabulado pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers com exclusividade para o Grupo Meio & Mensagem, que coordena o projeto. O trabalho mede, mês a mês, os investimentos em veiculação feitos pelos anunciantes na mídia brasileira. Estima-se que, em 2012, ele tenha contemplado 80% do total das verbas, já que parte significativa do investimento em internet, jornais e rádios ainda não pode ser mensurado pelo projeto. Os participantes encaminham seus dados diretamente à auditoria. Informações completas podem ser obtidas no endereço www.projetointermeios.com.br

Leia reportagem completa e análises de executivos do mercado sobre os resultados do Projeto Inter-Meios na edição impressa do Meio & Mensagem

Mercado digital cresce 32% em 2012, atingindo R$ 4,5 bi em publicidade

IAB Brasil projeta mais 32% de crescimento para 2013, chegando a R$ 6 bi e consolidando a Internet como o segundo maior meio para a publicidade


São Paulo, 27 de março de 2013 – Em coletiva realizada hoje, o Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), principal órgão representativo do segmento digital interativo brasileiro, apresentou projeções de faturamento e crescimento da publicidade digital para 2013. O mercado publicitário na Internet atingiu 32% de crescimento e se consolida como o segundo maior meio em participação no bolo publicitário, ultrapassando jornais e ficando atrás apenas da TV.

As estimativas da entidade apontam que o investimento em publicidade online deve crescer os mesmos 32% em 2013 (número que considera display, social media, search e classificados), o que representará R$ 6 bilhões em compra de mídia projetada para este ano.

“O Digital oferece aos anunciantes alta efetividade aliada a ferramentas de mensuração muito poderosas”, afirma Rafael Davini, presidente do IAB Brasil, que aposta no contínuo crescimento da Internet. “É por essas características que vemos uma migração de investmentos do offline, tanto de TV quanto de impressos, para o Digital”, diz.

Os dados foram apresentados por Rafael Davini junto com os membros da diretoria da entidade: Marcos Swarowsky (VP de Veículos), André Zimmermann (VP de Agências), Roberto Eckersdorf (VP de Fornecedores) e Marcelo Lobianco (VP executivo do IAB ). Na ocasião, também foi apresentado o plano de ação do IAB para 2013, com foco em 3 pilares – Conteúdo, Educação e Eventos. “O nível de conhecimento produzido pelos comitês do IAB é muito alto. Nossos 200 associados, divididos entre agências, fornecedores e veículos, são as pessoas que estão construindo o mercado digital. Vamos aproveitar cada vez mais esse conteúdo, criando cursos presenciais, e-learning, eventos e ações in company. O primeiro evento é o Mobile Day, que acontece 18 de abril, no Centro Britânico”, afirma Marcelo Lobianco.

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